#Histories Elton John, o Rocketman

Rocketman

É grande a expectativa em torno de “Rocketman”, a cinebiografia musical sobre Elton John com Taron Egerton no papel principal cantando ele mesmo as músicas no filme. O lançamento acontece quatro anos após a turnê de despedida do cantor e compositor inglês.

Seguindo o sucesso de Bryan Singer nas premiações com “Bohemian Rhapsody” (2018), sobre Fred Mercury, o diretor Dexter Fletcher foi já indicado no festival de Cannes 2019 na programação queer e deve pavimentar o caminho de muitas outras produções do gênero.

O nome de registro de Elton John é Reginald Dwight, mas se lançou com esse nome para o primeiro álbum solo, em 1969, “Empty Sky”. O segundo álbum, chamado “Elton John”(1970), foi lançado nos EUA, quando ganhou ainda mais notoriedade com a música “Your Song” e logo depois novamente com a faixa-título, em 1972.

Teve uma prolífica relação com letrista Bernie Taupin _interpretado em “Rocketman” por Jamie Bell, de “Billy Elliott” (2000). Para você ter uma ideia, álbum duplo “Goodbye Yellowbrick Road”, que é um dos mais importantes de sua obra, foi lançado em 1973 e já era o sétimo lançamento da dupla.

No trailer a seguir há um diálogo que define bem quem é Elton John. Bernie Taupin diz para ele, ainda nos bastidores: “Não pode apenas cantar sem essa parafernália ridícula?”. Ele dá rapidamente a resposta: “As pessoas não pagam para ver Reg Dwight! Elas pagam para ver ELTON JOHN!”. Ele sai de cena e volta no minuto seguinte pedindo desculpas.

Como um Liberace de sua época, Elton John usava brilho, proporções exageradas e acessórios de colecionador nos palcos e fora dele, independentemente de sua sexualidade. Sua imagem é um depoimento, um elemento de cena que tem a função de dizer algo. No seu caso, projetar uma personalidade.

Essa persona flamboyant funciona para ele como um escudo para sua timidez, como podemos ver no filme. Seu estilo segue a mesma maneira, com os óculos decorativos, os materiais cintilantes e os ombros largos.

É impossível falar de seu estilo sem antes posicionar Elton John na linha do tempo da música. Quando o rock’n’roll surgiu nos anos 1950, abrindo caminho para tudo o que conhecemos hoje como cultura pop, era um negócio que girava mais em torno dos produtores, que encomendavam as composições e contratavam vários intérpretes.

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Se você lembrar de todas as bandas que surgiram depois do estouro de Elvis Presley, todas cantavam letras muito fáceis de compreensão e reprodução, as vezes até fonemas, pois eram feitas para chamar sua atenção no rádio. Pense que os Beatles estouraram em 1964 cantando “yeah, yeah, yeah”, então pelo menos nos 10 primeiros anos desse novo mercado, a letra de música era algo simples até demais.

Foi o próprio quarteto inglês que ajudou a mudar o norte dessa bússola do executivo para a figura do autor. Eles já dominavam a técnica, mas foi quando eles tomaram o controle da caneta, como responsáveis pela criação da obra também além de sua execução, que se firmaram como cantores e compositores. Verdadeiros artistas. (“Rocketman” dá a entender que seu sobrenome artístico foi dado em homenagem a John Lennon.)

Dos anos 1970 em diante, a música então deixou de ser apenas sobre a melodia ou sobre criar um ambiente agradável, e passou a ter um significado… Um contato mais profundo entre a estrela e seu ouvinte. Isso dá autenticidade à obra, ao mesmo tempo que projeta o criador ao estrelato absoluto.

Por conta dessa sensibilidade, os instrumentos que se destacam são o violão acústico e o piano, pois estabelecem uma conexão direta entre todos esses elementos. E é por isso Elton John nos toca tanto, por sua imagem espalhafatosa também, mas pelo dedilhar nos teclados e com a letra que ele mesmo escreveu.

Com o passar dos anos ele ficou um pouco reclamão, e vive arrumando confusão em rede social (nada tão absurdo quanto Dolce & Gabbana). Há de se respeitar sua história porém e sua contribuição na música e na moda. Estou louco para ver “Rocketman”!

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