The Assassination of Gianni Versace

Gianni Versace 03

Na Netflix desde janeiro, “The Assassination of Gianni Versace” é a segunda temporada da série policial “American Crime Story”, produzida por Ryan Murphy e que teve no lançamento original outro crime famoso como tema: as acusações em torno de OJ Simpson.

“The Assassination of Gianni Versace” é uma produção que dá para agradar a vários públicos: quem gosta de acompanhar o desenrolar da investigação e a procura pelo assassino em série Andrew Cunanan e também quem quer ter um pouco de contato com a história do estilista italiano que foi símbolo de luxo e riqueza nos anos 1980 e 90.

Na época em que emergiu em Milão no fim dos anos 1970, com seus modelos glamourosos de noite, sexy e brilhantes, rivalizava com o tom clássico e chic de Giorgio Armani (nos próximos capítulos…).

Uma clientela de socialites, modelos e atrizes ajudou a construir sua fama no tapete vermelho e nas capas de revistas, mas também chamava atenção da indústria de moda por ser muito inovador no uso de materiais. Ele criou em 1982 a sexy malha de metal que tem caimento líquido sobre o corpo e o deixa cintilante como uma estatueta do Oscar, para dar o maior exemplo.

Seu papel como estandarte do estilo gay de uma geração fica bem evidente na série, até pelo interesse por sua própria vida sexual, afinal ele mesmo havia virado uma celebridade como as que vestia. Ao fugir do decoro da moda convencional da época, Gianni seguia o apimentado caminho do desejo e luxúria que combinava perfeitamente com os emergentes clubes gay.

+ desfile Versace em Milão

Orgulhoso da herança italiana, usava motivos do repertório da arte Greco-Romana da Antiguidade, dai o logotipo de Medusa e temas recorrentes como os desenhos geométricos nas bordas (que reconhecemos facilmente nas cuecas!)

Tem também uma ligação próxima com o drama por meio dos muitos figurinos que criou para peças de teatro e balé, shows da turnê do seu amigo Elton John, em 1992; e a série “Miami Vice”. Teve até o músico Prince em suas campanhas em 1996. Veja no álbum a seguir alguns dos trabalhos masculinos mais relevantes de Gianni Versace.

Em “The Assassination of Gianni Versace”, podemos ver a sua relação próxima com a irmã Donatella, que se tornou parceira criativa e responsável pelo sucesso comercial da empresa, como a criação de campanhas publicitárias fetichistas e homoeróticas com ampla repercussão no mercado. Ela também cuidava de jeans, acessórios, a linha de difusão Versus e licenciamentos, como óculos, perfumes e artigos para casa. Teve a dura tarefa de assumir a casa na ocasião de sua morte.

+ perfume Versace Eros

Uma das cenas mais marcantes é de quando ela a faz estrear como embaixadora Versace de fato, uma celebridade como suas próprias clientes, com o vestido em tiras de couro e fivelas douradas de cinto que a projetou na imprensa de moda junto com a marca.

O departamento masculino da marca foi inicialmente dirigido pelo marido de Donatella, Paul Beck. A experiência de Gianni era incialmente com alfaiataria feminina, mas que com o tempo passou a usar para valorizar as formas masculinas.

+ modelo brasileiro na Versace

Mesmo o emblemático vestido com alfinetes, usado no tapete vermelho por Liz Hurley, na estreia de “Quatro Casamentos e um Funeral” (estrelado por seu marido na época, Hugh Grant) tem uma versão masculina. Versace vestia e veste até hoje o homem objeto-sexual, não apenas como um habilidoso alfaiate e costureiro, mas também como um criador de estrelas.

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