Perfume Versace Eros
Falei recentemente aqui de um perfume meu que acabou que eu adorava: o Allure Homme de Chanel. É um perfume que pra mim tem uma história especial, que eu adoro contar e pelo qual eu tenho o maior carinho. Mas hoje quero contar outra história, a de um perfume que eu comecei não gostando, mas depois de estudar um pouco sofre fragrâncias eu passei a entender melhor sua proposta e virou um companheiro para o dia por muito tempo também: o Versace Eros.
Particularmente, não me atraio pela estética da Versace em geral, do logotipo de Medusa ao nome que homenageia o Deus do Amor da mitologia grega e ao turquesa da embalagem que conecta com o mar Mediterrâneo. Entendo, reconheço sua importância na moda e sei que sua graça é justamente ficar no limite do cafona… Mas não me inspira como consumidor.
Por essa e por outras, quando provei esse perfume pela primeira vez, logo associei à exuberância exagerada que vejo de suas roupas e campanhas, um tanto feminino e adocicado, e deixei num canto do armário para dar de presente para alguém quando precisasse.
Já contei também sobre esta aula que fiz, de famílias olfativa, com o Dênis Pagani do blog 1nariz. Lá, estudamos as grandes divisões em perfumaria e uma delas me chamou atenção especial por sua descrição. Os perfumes conhecidos como aromáticos ou fougére são considerados masculinos, mas diferente dos amadeirados, que são mais fechados, estes são mais canforados e cítricos e trazem frescor e sensação de limpeza. Na hora me veio a cabeça toda linha de Acqua Di Parma, por exemplo.
Na parte prática da aula, provamos Versace Eros, uma fragrância desenvolvida por Aurelien Guichard, da Givaudan. E não é que ali, comparado a outros perfumes e estruturando as informações de suas notas na minha cabeça, ele passou a fazer outro sentido pra mim? É uma mistura de hortelã e limão siciliano, que dá a sensação de limpeza, com baunilha e maçã verde (por isso o adocicado que eu percebi de primeira) e fava Tonka. Amadeirado mas com um tempero oriental.
Não que eu saia de casa me sentindo um gladiador como o modelo Brian Shimansky (nas fotos da dupla Mert & Marcus). Pelo contrário, com Versace Eros eu fico me sentindo adulto e responsável, limpo e preparado para enfrentar o dia, sem dada do flamboyant que me vinha a cabeça quando eu julgava o perfume apenas por sua apresentação. Portanto, se tem algum perfume que você acha que não gosta, dê uma segunda chance. Quem sabe assim você não sente ele e uma forma diferente?