Máscaras: quem usar e como fazer

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Quarentena e distanciamento social já levaram a algumas mudanças de comportamento que vão marcar essa época na história, como por exemplo: novas rotinas de limpeza e menos contato físico. Teremos que lidar também com os reflexos da sensação de isolamento e ver cada vez mais as pessoas usando as redes sociais para se comunicar com o mundo. Do ponto de vista estético, no entanto, as máscaras são a mudança de maior impacto.

Difícil ignorar essa nova maneira de nos apresentarmos em público, e não apenas pelo visual que imprime, mas também pelo fato de ocultar boca e nariz e, consequentemente, nossas expressões. Porém, “tendência” não existe em tragédias. Máscaras são antes de tudo um recurso de sobrevivência nesta pandemia de Covid-19, recomendadas inclusive pela OMS (Organização Mundial de Saúde).

Culturas orientais já as usam há mais tempo; são um símbolo de civilidade em sociedades populosas e que já venceram outras crises sanitárias pré-Coronavírus, como Sars e H1N1. Além das brancas de médico, mais comuns no transporte público e na prestação de serviços, já existem máscaras arrojadas, das grifes de streetwear para o mercado asiático (como nas imagens que abrem e fecham o post, da Off-White e Bape).

Mais do que meros adornos, máscaras são uma proteção reforçada na situação de risco à saúde e contaminação comunitária que vivemos hoje…  Os motivos que levam você a usar uma são muito diferentes das decisões que tomamos quando escolhemos uma roupa ou acessório.

Por outro lado, mudam completamente a ideia que temos de um rosto. Afinal, qualquer alteração nessa região é muito perceptível… Veja, por exemplo, cirurgias plásticas: pequenas intervenções transformam completamente as expressões e até a personalidade de alguém…

Em consultoria de estilo, barba, óculos e colarinhos são recursos que ajudam a redesenhar o contorno facial. Se você acha o desenho muito redondo, ou quer chamar a atenção para os olhos e não para o queixo, acionamos essas molduras para fazer um jogo de proporção e equilíbrio, de linhas e contrastes, para valorizar as partes que mais gostamos e tirar atenção da parte que não gostamos.

Já pensou a ruptura que vai ser no ordinário processo de se ver assim no espelho antes de sair de casa? É cedo para pensar nisso, mas conforme se tornem mais comuns nas ruas, veremos essa indústria e seu entorno evoluir nos próximos anos.

Por mais que seja recomendado, antes de sair estocando máscaras cirúrgicas (como no modelo acima, à esq.) ou do modelo N95 (à dir.) é preciso saber que, apesar de serem mais efetivas, estão em falta em muitos lugares do mundo. E, por isso, já estão superfaturadas.

Então, deixe-as para os equipamentos de proteção individual em profissionais de saúde, e considere fazer as suas próprias máscaras de pano em casa! De acordo com parâmetros do Ministério da Saúde no Brasil, elas precisam ter, pelo menos, duas camadas de tecido dobradas uma sobre a outra, e fechadas de modo que cubram totalmente boca e nariz. São ajustadas no rosto por um elástico preso na ponta, seja costurado, pregado ou amarrado…

Um dos materiais recomendados é tricoline, tecido leve de algodão. É do que são feitas tradicionalmente as peças de camisaria, pois é resistente e fácil de lavar. E podem render ainda muitas estampas, como já temos visto na TV e nas redes sociais.

A mais simples são as máscaras de TNT, sigla para “tecido não tecido”, obtido por uma liga de fibras e um polímero dispostas aleatoriamente e coladas por calor ou pressão. Brancas e ultrafinas, cumprem as demandas técnicas sem nenhum avanço estético, apenas funcional.

Outros produtos da indústria têxtil que não são trabalhados como malhas, por exemplo, são o feltro e o Tyvek, que por sua vez é usado em trajes impermeáveis para a indústria química e voltou a ter uma demanda para produção em larga escala para uso de equipes médicas atuando nessa situação de pandemia.

O Centro de Controle de Doenças dos EUA recomenda o uso de máscaras de pano como “medida voluntária de saúde”. Se você está doente ou apresenta sintomas de gripe ou Coronavírus, como febre, cansaço e dores no corpo, deve ficar em casa em isolamento. As máscaras servem para controlar a contaminação dentro de casa, já que ele é transmitido por tosse e espirro, em contato direto ou por superfícies e depois levados às mãos e ao rosto.

Na rua, devem ser usadas mesmo por quem não apresenta sintomas, pois existem casos de contaminação assintomática. Então, as máscaras ajudam a evitar uma possível dispersão até que a testagem seja suficiente para identificar de fato e separar quem tem ou não o Covid-19.

Se você não tiver sintomas mas conviver com alguém que tem ou que está de quarentena por ter tido contato com alguém com suspeita de contaminação, é melhor usar máscaras de pano como uma opção extra de cuidado dentro de casa. Além de, não canso de repetir, lavar bem às mãos com sabão ou álcool em gel e evitar tocar o rosto com frequência.

Combinadas com o distanciamento social e higienização constante, as máscaras de pano podem realmente fortalecer as barreiras contra o Covid-19. Sozinhas, perdem eficácia. E se usadas de modo incorreto, podem até surtir o efeito contrário.

Primeiramente, lembre que elas são individuais, ou seja, não devem ser compartilhadas com ninguém. Use sempre que sair de casa, mas evite tocar ou ajustar quando estiver sobre o rosto. Seu tempo de uso é de 2h ou até ficarem úmidas, então se necessário leve máscaras e uma sacola reserva para guardar as usadas caso precise trocar.

Ao chegar em casa, lembre de lavar as mãos com sabão ou álcool em gel antes de retirar as máscaras de pano ou TNT pela alça, laço ou nó na parte de trás, evitando tocar na parte da frente, que fica mais próxima do rosto. Deixar de molho em 30 minutos em uma diluição de 1/50 de água sanitária em água e depois lavar as máscaras e mãos com água e sabão. Depois de secar, estão prontas para o uso novamente.

Elas podem criar a falsa sensação de segurança em relação ao Coronavírus e com que a gente leve as mãos ao rosto mais frequentemente. As próprias máscaras podem virar um foco de contaminação, por isso precisam ser trocadas e lavadas sistematicamente. Lavar as mãos ou passar álcool em gel ainda são as medidas mais importantes. Se cuide. E fique em casa.

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