História do Brasil

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Quero reeditar este post (publicado originalmente no Petiscos) por que estudar História do Brasil merece sempre uma atualização constante. Depois que é preciso calma e estratégia para ao menos começar a entender o que estamos passando hoje politicamente e socialmente, quanto mais arriscar algum tipo de mudança.

Bom, coitado do historiador que tiver que escrever sobre o que se passa no país desde 2013, PQ OLHA!? Mas ao mesmo tempo, desde que começou esse bafafá político, ao vivo e nas redes sociais, eu tenho fugido de qualquer bate-boca. Até argumento com meus pontos de vista, ouço o dos outros atenciosamente, mas não entro mesmo em bate-boca, em generalização ou muito menos em qualquer tipo de provocação.

Ao invés disso, e recomendo a todos, me voltei aos livros de história do Brasil. Nada acadêmico, veja bem, digo como leitura descompromissada mesmo (eu sempre alterno ficção e não-ficção para variar os assuntos). Mas é muito impressionante como se repetem alguns padrões, como se tira dos mais fracos para as elites desde sempre, da dura realidade da escravidão dos engenhos de açúcar e das minas de ouro às belas paisagens tropicais criadas no Império para dar base ao imaginário nacional, em que só as partes boas aparecem.

Os que eu vou citar a seguir são recomendações do que eu e as pessoas da redação do Petiscos lemos na época e nos ajudou a formar nossas opiniões (que são diferentes, sim, mas convivem muito bem). Alguns são mais fáceis de ler, outros menos, mas quando eu travo muito em alguma parte, tento não me ater aos detalhes muito específicos e ao menos tentar entender o que está sendo contado em uma ordem cronológica e de relevância.

O primeiro de História do Brasil que eu reli nessa nova fase (na verdade não tinha terminado!) é “O Povo Brasileiro” (1995), de Darcy Ribeiro. Seu foco principal é antropologia, mas ele usa as variações populacionais e as migrações das variadas etnias que ajudaram a formar o país para contar cientificamente a sua versão da história. Ele mesmo avisa que não pretende ser apartidário, mas prova seus pontos por A+B, no caso, A-B.

Em seguida, corajosamente, reli “As Veias Abertas da América Latina” (1971), de Eduardo Galeano, que conta um lado bem apocalíptico da colonização de toda a região, o que dá um panorama mais amplo, porém com o mesmo viés de desconstruir qualquer romanticismo sobre o período. Tem muitos dados de referência e por isso pode ficar meio difícil de ler.

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Outro que dá um belo panorama do rolo todo da história do Brasil eu já falei aqui (por um acaso eu li ele enquanto visitava a costa do descobrimento!), que é “Brasil, Uma Biografia”, de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Starling, que conta até as manifestações de junho de 2013. Eu já conhecia Heloisa, mas Lilia é também uma indicação da Adriane Hagedorn, que já escreveu em sua coluna sobre outro livro dela, “As Barbas do Imperador”, sobre os fatos em torno da Independência. Ambos bastante informativos e de fácil leitura.

Da Julia Petit, a indicação é ler todos de Eduardo Bueno, que tem a série Coleção Brasilis, com “A Viagem do Descobrimento” (1998), “Náufragos, Traficantes e Degredados” (1998), “Capitães do Brasil” (1999) e “A Coroa, a Cruz e a Espada” (2006); e o livro “Brasil, Uma História”, de 2012, que conta até o governo Dilma. A formação como jornalista e o tom mordaz de seu texto são os temperos de uma leitura tão informativa quanto instigante.

Já Mari Inbar citou Laurentino Gomes, especialmente “1808” (2008), que conta da saída da família real de Portugal rumo ao Brasil. “É contada de uma forma leve, tipo conversa de bar, revelando que na verdade não era nada daquele romantismo de desbravar novos mundos. Eles estavam era fugindo de Napoleão!”. Do mesmo autor, há outros dois livros que levam o ano no titulo, relembrando os marcos de nossa linha do tempo.

São muitos autores de história do Brasil que valem ser citados, estão na fila de sugestões que deram para mim: Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e Boris Fausto. Ao mesmo tempo, temos que dar cabo de muito jornal e textão nas redes sociais pra tentar entender o que está acontecendo e o que vai acontecer com a gente. Às vezes, nem assim…

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