Perfumes nacionais
Participei nesta quinta (06.08) de uma experiência em perfumaria para fazermos (cada um de casa, via reunião no Zoom) a sua própria versão do eau de parfum Dark Mint, do Boticário. A novidade é a primeira dedicada ao público masculino de uma família premium de perfumes florais femininos conhecida como Botica 214, que por meio de ingredientes nobres e processo refinado quer garantir a qualidade e elevar a imagem dos perfumes nacionais.
Já faz alguns anos que as marcas de perfumes nacionais buscam alcançar a excelência das grandes casas europeias, contratando perfumistas próprios e investindo em inovação de fragrâncias para ampliar o alcance do cheiro e a durabilidade do produto na pele.
Dark Mint é um fougère aromático (herbal e amadeirado), que mistura menta e cedro com toques frutados e florais de pêra, bergamota, violetas e lavanda, e no final da adocicada fava tonka. O resultado é chic e robusto, cristalizado em uma bela embalagem preta facetada, e deve entrar na lista dos perfumes nacionais masculinos importantes da marca.
Na experiência, recebemos os materiais de base (notas de saída, notas de corpo e notas de fundo), e pudemos adicionar cada um à sua medida, reproduzindo a combinação original ou adicionando um pouco de nossa personalidade, brincando com os ingredientes como um alquimista. Já pensou se fosse possível ajustar assim todos os cheiros que a gente ama?
São várias linhas de perfumes nacionais masculinos do Boticário, muitos a partir dos anos 2000, como Malbec (amadeirado temperado, primeiro a utilizar álcool vinico), Zaad (amadeirado e temperado com coentro, zimbro, cravo, noz-moscada…) e Men (acompanhado por uma linha de produtos de beleza). Todas com suas muitas variações, mais intensas ou mais leves, esportivas…
Dos mais antigos temos Quasar (bem refrescante, um clássico dos anos 1990), Arbo (perfume verde, com cheiro de natureza), Uomini (o primeiro dos perfumes verdes da marca, com cheiro de limpeza), Portinari e Egeo (ambos traçam a raiz dos seus amadeirados, com o dulçor da baunilha e da fava tonka)… E o primeiro de todos: Styletto, de 1985 (com musgos e cítricos).
A Natura é tão dedicada ao trabalho em torno da indústria de perfumes nacionais que se auto-denominou a casa de perfumaria do Brasil. Também tem uma linha do tempo de fragrâncias masculinas que data desde os anos 1980.
É evidente a predominância da categoria fougère, um reflexo do sucesso que faz com o público masculino no Brasil, que busca a refrescância e limpeza de ervas aromáticas e musgos e foge de tudo que possa ser considerado feminino, como doces ou florais.
Fazem parte desta categoria entre os perfumes nacionais da Natura: Biografia, de 1994, cítrico e amadeirado; Essencial, de 1995, com cedro e mirra; Kaiak, de 1996, bastante cítrico; e Natura Homem, de 1997, temperado com gengibre, noz-moscada e frutas.
A linha Humor, dos anos 2000, tem opções mais variadas do que também pode ser considerado uma fragrância masculina, como a força dos amadeirados, o exotismo dos orientais e ou os elementos sintéticos que permitem reproduzir cheiro de tabaco e couro.
Também dos anos 2000 são a linha Ekos, com vocação para água de banho e com profunda pesquisa de ingredientes brasileiros para seus aromas, e Sintonia, oriental e amadeirada, com lavanda e âmbar. E o mais antigo de todos: o chipre Sr N, de 1979!!! 😉
Os perfumes nacionais masculinos de L’Occitane au Brésil são muito mais recentes, mas alguns já bastante conhecidos pelo público. A novidade é uma versão da linha oriental amadeirada Cumaru, chamada Essência, que vem fazer par à Raiz e à fragrância original.
A sua origem é a semente de uma árvore que leva esse nome, e faz parte de uma lista de ingredientes originais de outros produtos da marca, como o energizante Café Verde e o amadeirado do pinheiro da Araucária (nas variações Nascente e Poente).