Sapatos e tênis
Falei bastante sobre a coleção da Prada Sport no fim dos anos 1990, e como Miuccia buscou elementos no guarda-roupa esportivo para redesenhar o conceito de elegância de uma época: funcional, minimal, monocromático e urbano. A partir dai, sapatos e tênis nunca mais seriam os mesmos, andam sempre em uma categoria híbrida que pega os melhores elementos dos dois.
É dessa época que surgiu o sapatênis original, não com esse nome, mas um item da Prada que era um tênis limpo de informações, liso e sem cadarço. Quase como um sapato, porém leve, maleável e com solado de borracha.
É evidente por que a ideia pegou tão facilmente no Brasil: o nome é muito autoexplicativo! E combina também com o não-compromisso do público masculino com as tendências de moda, com o fator conforto, que é tão relevante neste segmento. Um ponto negativo é que virou uma enorme categoria intermediária, que pode literalmente ser qualquer coisa entre sapatos e tênis propriamente ditos.
Até hoje existe uma dificuldade do grande público em diferenciar sapatos e tênis de couro e/ou com solados esportivos, de sapatênis propriamente dito. Compreensível… Cada marca trabalha com um nome diferente, inventam moda o tempo todo, e o consumidor que só quer um calçado confortável para trabalhar ou parecer mais arrumado continua batendo cabeça.
Recebi duas coleções de sapatos e tênis recentemente que valem a pena citar como exemplo, pois as fotos são muito bacanas (dão até algumas sugestões de uso: com camisa, calça de alfaiataria, sem meia, como na foto acima).
A primeira que você vê é a Democrata Urban, novo conceito da marca com vocação pras ruas voltado para o mercado jovem que busca opções descontraídas para o dia-a-dia, de acordo com o CEO Urias Francisco Cintra.
Em seguida, você vê a coleção da Ferracini 24H, uma marca que produz modelos bem variados, e que mostra aqui alguns sapatos e tênis nesta pegada: tecnologia ultra leve que reduz em até 40% o peso, misturando design e conforto. São tênis, mocassins e docksides.