Mauricio Pollacsek
No Brasil, ele e sua marca eram conhecidos como Moshe e fizeram parte da Casa de Criadores por sete temporadas, desde o inverno 2003. O último desfile que fez no Brasil foi de modo independente, em 2007, no conjunto Nacional.
Em Israel, onde mora há muitos anos, ele assina como o próprio nome: Mauricio Pollacsek. O estilista já desfilou na Tel Aviv Fashion Week em 2012 e 2013, mas se apresentou de independentemente em sete edições do Fashion Revolution, organização que é afiliado desde 2014. Na cidade, ele mantém um estúdio-loja no bairro de Florentin.
“Ao contrário de como fazia no Brasil, decidi que aqui serei responsável por todas as etapas do design. Portanto, sou eu mesmo que corto, modelo, costuro, faço o acabamento e a venda. One man show!,” explica o estilista, que apresentou em outubro seu nono desfile no país, de inverno 2018, ao ar livre com trilha ao vivo de uma banda de jazz.
Mauricio Pollacsek usa muitas vezes da reciclagem de materiais e de roupas usadas que meus clientes e amigos o alimentam. “Eu as chamo de meus Frankensteins, já que são feitas a partir de varias outras peças.” Como um quimono feito a partir de oito calças jeans e um camisão feito a partir de seis camisas que seu pai usava para ir à sinagoga.
“A coleção é inspirada nas vestes dos judeus ortodoxos, em uma linguagem streetwear onde os elementos estão presentes em uma outra roupagem visual.” Pela primeira vez o preto tem maior expressão na cartela de cores _Mauricio Pollacsek questiona a máxima da cor preta como símbolo de elegância e tem um olhar especial para o uso de cores na moda masculina por conta de seu daltonismo.
O estilista foi criado numa família ortodoxa. “Eu me revoltei desde cedo com os dogmas e tradições nas quais eu era obrigado a seguir e montei uma linha de pensamento que condizia com a realidade que eu acreditava. Portanto essa coleção bastante íntima e apesar do assunto, chega a ser bastante bem-humorado, além de que eu resolvi inserir Carmem Miranda no conceito da coleção, justamente para dar uma relaxada no tema e ainda mostrar a minha narrativa brasileira dentro desse contexto judaico.”