Perfumes nacionais: Natura
Fiz várias linhas do tempo com os melhores perfumes masculinos nacionais, começando com os das principais marcas: Natura e O Boticário.
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A indústria brasileira evoluiu bastante nos últimos anos, e não basta mais apenas os perfumes masculinos nacionais serem bem baratos, muito elogiados ou terem “cheiro de rico” para competir com um importado…
É preciso que um dos bons perfumes masculinos nacionais atenda às demandas de acordo com a situação de uso, como alcance e duração da fragrância no corpo. E também que combine com a sua personalidade!
Já que são muitas as opções de perfumes masculinos nacionais (ainda bem!), faço um vídeo sobre cada marca, explicando seus maiores sucessos até os lançamentos mais atuais em perfumes masculinos nacionais. Veja a seguir.
Qual o melhor da Natura entre os perfumes masculinos nacionais na sua opinião? Desde o primeiro Sr N, de 1979, até o mais recente (em dezembro de 2020 é Natura Homem Verse, um amadeirado intenso com acorde mineral), foram muitos perfumes masculinos nacionais elogiados, aclamados e constantemente renovados.
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Pesquisei as principais marcas brasileiras desse segmento de perfumaria, primeiro pela longevidade, depois pela presença marcante no imaginário do público masculino e o consumidor nacional. Comecei pela mais antiga delas, que é a Natura, que foi fundada em 1969 pelo economista Antonio Luiz Seabra em sociedade como Jean-Pierre Berjeaout, que é quem tinha na época as formulações dos cosméticos herdadas pelo seu pai.
O nome Natura vem da participação de ativos vegetais na composição dos produtos que é uma coisa que eles fazem desde o início. A primeira fábrica ficava no bairro da Vila Mariana, em São Paulo, e eles tinham também uma loja pequena na Rua Oscar Freire, nos Jardins.
Em 1974, a Natura decidiu expandir o negócio por meio da venda direta, com catálogos e campanhas e revistas femininas da época. Eles começaram então a treinar clientes que tiveram boas experiências com os produtos da marca em suas consultoras e revendedoras, ao invés de seguir o modelo de franquias que é muito conhecido também. Eles fecharam então a loja da Oscar Freire e a história de sucesso que vem a seguir você já conhece, na mão das revendedoras Natura.
A primeira linha masculina da marca foi lançada em 1979 e chamava Sr N. Tinha um creme para barbear, um gel pós-barba e depois esse perfume chipre e amadeirado, com cheiro de barbearia antiga e um cheiro de limpeza muito gostoso. É um perfume que até hoje agrada alguém que tem um gosto mais tradicional nesse sentido.
O Sr N tem os cítricos no começo, tipo limão siciliano e toranja, e abre para esse cheiro de musgo e de floresta, um pouco amadeirado e um pouco úmido, que é a caracterítica do chipre. É um perfume também bem temperado, com patchouli, lavanda e vetiver e ficou muito famoso na época, nos anos 1980, tanto que ele chegou até 2020 com nova embalagem e novas versões, mas mantendo a mesma personalidade.
Em 1981, a Natura lançou o Musc, que é um floral almiscarado. O almíscar é uma substância originalmente extraída de uma glândula dos cervos e que vem já há algum tempo sendo substituída na indústria de perfumaria por compostos sintéticos. Essa substância é conhecida por ter um efeito duradouro, você pode passar a noite toda com perfume desses e sentir ele até o fim. Então o Musc começava com esse floral mais adocicado e depois abria para algo mais sexy e masculino.
De 1984, teve o Natura Horus, que é bem amadeirado e fougére, que são esses perfumes aromáticos. O Dênis Pagani, do blog 1nariz, que sabe tudo sobre perfumes e me ensinou muito do que eu falo aqui, chama esse tipo de perfume de perfume para homem com peito cabeludo. O Horus tem pinheiro e vetiver, que são essas madeiras perfumadas, e no fundo tem um pouco de couro e de almíscar também. Ou seja, é bem machão. Esses dois não estão mais à venda.
Em 1994, que foi a década dos perfumes frescos e unissex, a Natura lançou o Biografia, bem cítrico e aromático, para quem gosta desse perfume com aspecto de frescor.
Em 1995 teve o Essencial, que é outro fougére… Assim como o Kaiak, que é de 1996, mais cítrico e também um pouco floral. E ainda linha Homem de 1997, essa mais temperada com gengibre e noz-moscada, e por isso com uma temperatura um pouco mais quente, e também com o doce de frutas, como pêra, maçã e pêssego.
Você vai notar que tem bastante perfume fougére como opção de perfumes masculinos nacionais, porque ele tem esse aspecto de virilidade que é associado a essa categoria de fragrâncias que misturam essências herbais e energizantes. Todos esses que falei dos anos 1990 estão à venda até hoje, com versões atualizadas e linhas completas de produtos.
Você está reconhecendo algum desses perfumes masculinos nacionais antigos da Natura que já falei? Comenta aqui o que você mais gosta ou o que você mais gostava, se você usa até hoje… Compartilha com que você acha que pode gostar e, como sempre, assine o canal no YouTube e me segue no Instagram para continuar recebendo esse conteúdo sobre perfume, beleza e cuidados pessoais para homens, tá bom?
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Voltando… Nos anos 2000, tivemos muitos perfumes com especiarias marcantes, como o Sintonia, que na sua versão masculina veio bem oriental, misturando um pouco de florais (rosa, jasmim) e os amadeirados do centro e do sândalo.
Ele também tem um pouco de âmbar, que é um ingrediente comum em perfumes orientais e era também originalmente extraído da glândula de animais e hoje por questões éticas é produzido em laboratório. O âmbar tem essa característica quente, suave e sensual, e é algo que traz isso pros perfumes orientais.
O Sintonia continua à venda até hoje também, mas vários outros perfumes dos anos 2000 da Natura foram descontinuados numa reestruturação da empresa para diminuir o portfólio, como o Due (um chipre clássico, de 2004) e o Atmos (da série de perfumes verdes com cheiro de grama, de 2005).
Outra linha que continuou dos anos 2000 e dessa época até hoje é o Humor, que teve vários lançamentos, sempre no grupo dos aromáticos e variando os seus temperos, às vezes tabaco ou pimenta… Na época, Humor ficou muito conhecido por suas embalagens e as campanhas de divulgação ilustradas pelos capitalistas brasileiros, como o Angeli o Adão e o Caco Galhardo.
Também nos anos 2000 e que dura até hoje teve lançamento da linha Ekos, que usava ingredientes da biodiversidade brasileira e fazia tudo de forma sustentável, contribuindo para a preservação da natureza. Em 2001, saiu uma versão do Ekos à base de Mate Verde, que é um ativo importante do bioma brasileiro e na minha opinião uma das mais gostosas dessa série de perfumes. Tem também o Copaíba, que ficou bastante famoso e também está à venda até hoje.
Em 2013, o Ekos Mate Verde foi renovado por Verônica Kato, que é a perfumista da Natura até hoje. Ela é muito importante no desenvolvimento dos perfumes da marca. A Verônica Kato tem um cargo único no Brasil de perfumista exclusiva. Normalmente esses profissionais trabalham para as casas de perfumaria que prestam serviços para outras marcas. Para você ter uma ideia, outra marca que tem sua própria perfumista é a Chanel, por exemplo.
Os primeiros perfumes masculinos da Verônica Kato para a Natura são: Gen, de 2005, e Folhas de Cravo, de 2009, ambos do grupo das especiarias orientais. E também o perfume Hoje, um outro fougére, de 2006. Todos esses já foram descontinuados.
Ela também lançou, sozinha ou em parceria com outros perfumistas convidados: em 2001, teve a fragrância musk VôVó, em 2012 teve a linha Coleções, que treinava o consumidor nas famílias olfativas essenciais (madeira, ervas, floral, cítrico), teve o Urbano, um outro perfume verde da marca, de 2014, Amó, de 2015, amadeirado e temperado, e Recria, também de 2015, um aromático bem cítrico.
Dos mais recentes, a fragrância K, que abre a categoria de perfumes aquáticos da Natura, que são aqueles que evocam aromas do oceano e também o frescor de frutas, como abacaxi maçã e laranja. Com exceção ao K, não dá para encontrar mais nenhum desses à venda hoje, a não ser em acervo de colecionador.
Em 2002, a Natura abriu uma exceção no varejo para entrar no Free Shop, nos aeroportos brasileiros e internacionais. Já era um plano de internacionalização da marca, porque em 2005 eles abririam a primeira loja em Paris, sempre com esse apelo dos ingredientes brasileiros e naturais.
Em 2014, mudou seus canais de venda para o ambiente online, transformando todas as suas consultoras em consultoras digitais. E só em 2016 que abriu a primeira loja brasileira no Shopping Morumbi, como espaço de experimentação e para ter esse contato com seus produtos.
O próximo vídeo é sobre O Boticário: Styletto, Quasar, Malbec, Uomini, Zaad, Egeo, Arbo… Lembra de algum desses?