Perfume masculino
A diferença entre perfume masculino e feminino é puramente conceitual. Nada impede um homem de usar fragrâncias tidas como femininas, como floral ou doce. Assim como nada impede mulheres de usarem notas “masculinas”, como as amadeiradas ou do tipo fougère.
Essas definições estão cada vez mais difusas (lembra que já fiz um post sobre perfume masculino frutado?) Mas, ainda assim, a indústria de perfumaria é dividida por gêneros (incluindo aqui as fragrâncias tidas como unissex.)
E quando chega em agosto, cada marca prepara o lançamento do seu perfume masculino do ano, por conta das sugestões de presentes para o Dia dos Pais. Mas além de reunir somente as novidades, juntei também alguns clássicos de cada uma dessas três marcas, todas com repertório muito importante neste segmento.
A começar com a coleção das cores de Polo Ralph Lauren, que existe desde 1978, quando foi o lançamento do frasco verde, sem derivados. Já sua linha vermelha teve vários lançamentos desde 2013, entre eles as versões Intense (2015), Extreme (2017), Rush (2018) e Remix (2019).
Com bem menos desdobramentos que as outras, a linha Polo Black saiu em 2005. E a série azul de Ralph Lauren começou em 2003 e também teve várias versões, entre elas Polo Ultra Blue, de 2018, e agora em 2020 Polo Deep Blue.
A novidade de Ralph Lauren tenta reproduzir uma brisa do oceano e faz parte da família de perfume masculino conhecida como marítima ou aquática, como são definidas as fragrâncias frescas inspiradas em cheiros do mar (algas, sal marinho ou água do mar…)
Polo Deep Blue foi desenvolvido pelo perfumista Carlos Benaim, com frutas e cítricos nas notas de cabeça (manga verde havaiana, toranja e bergamota). Nas notas de coração, uma mistura de amadeirados e musgo (cipreste), ervas (sálvia) e flores (gerânio). Por fim, nas notas de fundo, as tais notas oceânicas, com almíscar, patchouli e ambroxido.
Mais recente (o primeiro foi lançado em 2014), mas igualmente prolífica, é a linha L’Homme Ideal, de Guerlain. Todas as sete versões já lançadas têm como características principais notas amadeiradas, orientais e aromáticas, tendo a amêndoa como ingrediente predominante.
Fora o original, tem as versões mais leves e frescas _como Sport (2017) e Cool (2019)_ e as mais marcantes, como Intense (2018) e a Extreme, de 2020, todas desenvolvidas pelo perfumista da marca, Thierry Wasser.
Além da amêndoa, ele misturou o aroma doce da ameixa com amadeirados (cedro e patchouli) e especiarias (pimenta rosa e canela) e fragrâncias tidas como masculinas, como couro e tabaco. O resultado é um perfume quente e com muita personalidade. Eu tenho vários dessa linha e uso para situações muito especiais.
A Guerlain tem linhas muito antigas: Vetiver (de 1959) e Habit Rouge (de 1965), com vários lançamentos cada. E também outras mais recentes, como L’Instant, de 2004.
Curiosamente, um dos primeiros perfumes que usei (e me apaixonei) na adolescência não era um perfume masculino. Opium, de Yves Saint Laurent é um clássico da perfumaria feminina, lançado em 1977 e que puxa para o incenso e especiarias, que minha mãe tinha na penteadeira. Ele teve depois uma versão para homens, em 1995, com algumas variações ao longo dos anos.
Entrando na vida adulta, migrei para Kouros original de 1981 (ele teve 15 versões no total). E, mais maduro, ganhei e tenho até hoje La Nuit de L’Homme, um das muitas versões de linha L’Homme, que começou em 2006 e tem mais de 20 versões, como L’Intense e Ultime.
A fragrância Y (do perfumista Dominique Ropion) é novidade no Brasil, mas foi lançado originalmente em 2017. É da classe dos aromáticos. Seus traços mais marcantes são ambergris (um nome bonito para vômito de baleia que apesar de tudo tem um aroma sensual) e o frescor do acorde composto conhecido como aldeído.
Tem bastantes notas frutadas (bergamota, limão, maçã e abacaxi), algumas florais (gerânio e violeta) e uma combinação de aromas herbais e amadeirados (sálvia, incenso, cedro e vetiver). Como eu disse, não há uma regra fixa para definir o que é um perfume masculino. Teste e escolha o seu!
