Novas bolsas masculinas

Minibag2 Prada2021

Independente de estilo e ocasião, carregar próximo ao corpo alguns itens que precisamos ao longo do dia sempre foi uma necessidade e, nesse período de flexibilização de quarentena, a rotina de alguns fez da volta às ruas uma realidade. Para isso, uma bolsa é fundamental. Estamos de olho especialmente em novas bolsas masculinas.

Com inúmeros modelos, o uso do acessório impacta na composição do look final e ajuda a traduzir estilos, gostos e atitudes do homem de hoje. Muitos formatos de novas bolsas masculinas surgiram nos últimos anos em cores e materiais que variam bastante entre marcas, preços e tamanhos.

São úteis para carregar celular, carteira, chaves, protetor solar e uma infinidade de objetos necessários à rotina de cada um. Ruas afora, as novas bolsas masculinas já são parte de muitas produções e são reconhecidas facilmente nas redes sociais.

Carteiro (shoulder bag)
Para o consultor de imagem Rodolfo Kanematsu, o Guru do Estilo (@gurudoestilo) no Instagram, os dois modelos são os mais vistos em cores predominantemente básicas e neutras como preto, tons de cinza, marrom, caramelo e brancas. Os tamanhos das novas bolsas masculinas variam de acordo com a necessidade e têm predominância de pequenos e médios. O consultor destaca que as bolsas carteiro vêm substituindo as mochilas, pois “podem deixar a produção um pouco infantil dependendo do estilo”, explica.

Mochila
Clássicas desde os tempos de escola, “chamam mais atenção para a parte de cima”. “Em outro momento, em que o homem precisa trabalhar e carregar diversas coisas, como notebook e bloco de notas, a bolsa carteiro vem ganhando cada vez mais adeptos que se cansaram da mochila tradicional”, esclarece Rodolfo.

O consultor também recomenda modelos de bolsa com formas mais geométricas e retas para que consigam equilibrar a silhueta mais quadrada e robusta do homem. Na escolha de cores, indica as que sejam mais neutras e voltadas ao funcionalismo.

Pochetes e derivadas
Um pouco menores, pochetes e outros modelos que envolvem o tronco ou a cintura são úteis para levar apenas o essencial. Algumas marcas de luxo têm resgatado de seus arquivos modelos já consagrados, como as minibags da Prada em nylon e a Saddle Bag da Dior que cruza o tronco em versões masculinas de um modelo que foi sucesso anos atrás no guarda-roupa feminino.

Analisando modelos e proporções, o consultor afirma que o impacto da bolsa na imagem de moda masculina é o “relaxamento dos bolsos das calças, pois, em situações de uso da shoulder bag, por exemplo, em que um homem que carrega carteira, celular, chave de casa/carro, chiclete, batom hidratante e afins, os itens foram passados para a bolsa”. Com o uso do acessório, “as calças ficam com menos volume, melhorando a silhueta como um todo”, explica Rodolfo.

Para Márcio Banfi, stylist e professor universitário, o uso da bolsa sempre foi associado ao universo feminino, pois a falta de bolsos era uma realidade para mulheres. Os bolsos já tinham seu lugar nas roupas masculinas e, com o tempo, o esvaziamento, em função do acessório, tornou a silhueta do homem mais verticalizada. O efeito já ocorria devido às gravatas e às lapelas que reforçavam essa percepção. Se cruzada ao corpo, a bolsa ainda consegue dividir a proporção do tronco.

Dionysus
As novas bolsas masculinas também quebram tabus e vemos bons exemplos nas semanas de moda. Alessandro Michele, diretor criativo da Gucci, em seu desfile masculino de 2020, discutiu a binaridade dos gêneros ao propor peças femininas/masculinas e ao incorporar dois modelos emblemáticos de bolsas em produções que mesclavam a atmosfera vintage da década de 1970 com embalos do grunge dos anos 1990.

A bolsa Dionysus com alça metálica de estrutura rígida e a bolsa Jackie em couro em versões com alça curta e longa para ser levada pela mão ou cruzada ao corpo trouxeram novos sentidos ao guarda-roupa masculino. Analisando esse universo das passarelas, Banfi acredita em uma quebra e uma “não existência de gêneros” na moda. Sobre os adeptos convictos do uso do acessório feminino, o stylist acredita em uma masculinidade mais moderna que investe em “construções para essa nova imagem de homem que está tendo menos medo de se arrumar e de se enfeitar um pouco mais”.

Considerando o contexto e a personalidade, a bolsa funciona até como deboche pela subversão de valores que sustentam uma masculinidade ortodoxa. Mesmo com liberdade e independência de escolhas, o homem ainda é criticado quando rompe convenções de estilo. Por isso, “a moda masculina é muito careta”, declara Banfi. “A gente vê ultrajovens sendo um pouco mais modernos, mas, quando esses jovens se tornam menos jovens, muitas vezes são criticados por serem modernos”, explica.

Sacolas ou tote bags
Diferenciando o uso cotidiano da bolsa pelo homem e pela mulher, o stylist destaca o comportamento de que “a mulher usa a bolsa como um acessório e desenvolve esse desejo pelo item da mesma maneira por um sapato”. Para o homem, o acessório “tem essa coisa mais prática, e vai usar muito mais no sentido de precisar carregar as coisas. O homem vai pegar uma bolsa e vai”, afirma. As tote bags são exemplos de praticidade em que o formato simples de uma sacola é o suficiente para carregar o que se precisa.

De todas as possíveis diferenças para o acessório, opções variam segundo necessidades e preferências. É certo que a bolsa remete ao universo feminino por uma convenção social, mas, mesmo assim, existe uma pluralidade de uso e escolha. Por necessidade ou estilo – quebrando ou não barreiras e tabus – a bolsa traduz a personalidade de quem a usa. Uma peça com valor de depoimento no próprio corpo.

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