Benefícios do vinho tinto

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Dra Juliana Giorgi, Medicina Interna e Cardiologista do corpo clínico do Hospital Sírio Libanês e Hospital Israelita Albert Einstein. Vai escrever regularmente no site e estreia falando sobre os benefícios do vinho tinto. 

Quando falamos em escolhas saudáveis, álcool não é a primeira coisa que vem a nossa mente. Considerando os benefícios do vinho tinto, no entanto, ele pode ser, sim, uma boa escolha. O consumo moderado de vinho está relacionado a diversas vantagens. Famosas universidades pelo mundo não se cansam de pesquisar e publicar sobre essas maravilhas. Portanto, os benefícios do vinho tinto são comprovados cientificamente e não é papo de bar.

Mas o consumo tem de ser moderado. A indicação é de uma taça para mulheres e duas taças para homens por dia, não devendo exceder sete taças por semana para ambos os sexos. Quando o consumo vai muito além, os benefícios do vinho tinto são sobrepostos por elevadas quantidades de açúcares livres e suas calorias, além do risco de perder a classe e de uma ressaca certa no dia seguinte.

A região da produção e sua qualidade realmente importam para conquistarmos os verdadeiros benefícios do vinho tinto. Os produzidos na Itália e na França são os campeões na tradição e qualidade. Os Estados Unidos vêm conquistando seu espaço, principalmente com as vinícolas orgânicas. Já vinhos chilenos e argentinos possuem poucos estudos científicos para opinarmos nesse quesito.

O Norte e Nordeste da Itália, como a região de Friuli, produtora do estilo Bordeaux representado por Cabernet, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Merlot, possuem vinhos encorpados, aveludados e macios, ricos em antioxidantes e polifenóis. Na região da Úmbria, há uma uva super saudável chamada Sagrantino, que só cresce na pequena comunidade Monte Falco. Fica a dica para uma viagem gastronômica!

No Sul, bons produtores estão na Calábria, Sicília e Sardenha. Uma pérola de uva dessa região é a Cannonau, mais conhecida como Grenache e realmente famosa por elevadíssimos níveis de resveratrol, o antioxidante pesquisado mais potente.

Vinho tinto é muito respeitado na Itália e pode até ser o segredo para viver mais. A Sardenha, por exemplo, é uma das regiões do mundo com mais altas taxas de longevidade. O vinho é consumido até pelas crianças desde muito cedo. Um copo de água com uma gota de tinto desenvolve o paladar e imprime a tradição familiar no lugar dos refrigerantes da América.

Na França, os vinhos Madiran possuem elevados níveis de procianidina, outro potente antioxidante. O Phd Leroy Creasy, da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, afirma que o Pinot Noir é um vinho que devemos valorizar.

O resveratrol e a procianidina do tanino são os potentes antioxidantes e os grandes heróis. Eles estão presentes na casca das uvas, em maiores concentrações nas espécies vermelhas. A batalha dos antioxidantes contra os radicais livres resulta em benefícios nobres como melhora da circulação sanguínea, atividade positiva do sistema imune, redução de níveis de colesterol ruim e aumento dos níveis de colesterol bom e a redução de resistência periférica a insulina.

Esses efeitos, a longo prazo, reduzem o surgimento de doenças com elevada mortalidade como infecções, infartos do miocárdio, acidente vascular cerebral, doenças degenerativas como Alzheimer e Parkinson e canceres de cólon, próstata e mama, conforme dados científicos de pesquisas bem confiáveis, feitas por instituições como a universidade de Harvard.

Como todas as coisas da vida, a moderação é a medida. O consumo elevado de álcool aumenta o risco de infarto e acidente vascular cerebral, assim como demência precoce, déficit cognitivo e cânceres.

Estudos ainda mostram que há maior benefícios do vinho tinto ao invés de cerveja e licor. Um estudo dinamarquês publicado em 1995 feito com 13 mil indivíduos de ambos os sexos entre 30 e 70 anos que foram acompanhados por 10 a 12 anos evidenciaram menor mortalidade quando comparado a consumidores de outras bebidas. E ainda com redução de mortalidade por todas as doenças. Portanto, não é o álcool que faz bem e sim os antioxidantes!

Mas se você quiser se dar bem mesmo, vá de vinho orgânico. Eles são livres de aditivos sintéticos para fermentação, de pesticidas e herbicidas que fazem muito mal a saúde. Eles também possuem um elevadíssimo controle de qualidade contra qualquer micro-organismo modificado geneticamente. São pobres em sulfitos e não há adição de açúcares.

Mas, sem dúvida alguma, o mais saudável do vinho tinto é a companhia de uma pessoa agradável e uma comida saborosa. Não achei esses dados em nenhum trabalho científico – e nem preciso, pois corpo e alma bem alimentados são sempre benéficos!

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