Deletar o Instagram

Acordei na segunda-feira com uma vontade enorme de deletar o Instagram. Não foi ressaca do fim de semana: já vinha pensado bastante nisso e não tem nada emocional a respeito. Pelo contrário, está sendo bem racional e vindo de um lugar de conforto e não de conflito. Por isso, relaxa: não está nos meus planos abrir um canal no YouTube pra militar contra a toxicidade da internet.

Como eu fiz um Stories anunciando que estava pensando em deletar o Instagram, alguns amigos puxaram a conversa na DM sobre algumas alternativas e acabou sendo uma conversa bem rica… Uma das ideias que muitos me deram foi de, ao invés de deletar o Instagram, separar as contas em pessoal e profissional, uma onde ficaria à vontade de postar intimidades e outra como um portfólio online. É uma opção que resolveria bastante um dos meus incômodos (realmente é um exercício alternar look do dia com biscoitagem na academia.)

Não resolve o outro incômodo, porém, que é de se sentir obrigado a postar, como se estivesse trabalhando. “É só não postar…” não serve muito pra mim também, pois trabalho com internet desde 1999, então postar e não postar são decisões estratégicas. Mesmo que muitas vezes a gente faça isso automaticamente.

Recentemente, desativei meu Facebook também _a página está lá dormindo, não aparece pra ninguém, pois aprendi que dessa maneira ainda é possível usar o messenger. Penso que este é um recurso útil para achar e ser achado e assim não precisamos mais ter o número telefone de todo mundo, pois é muito fácil se achar por esses aplicativos de mensagem instantânea e DM.

A verdade é que não senti a menor falta de retornar ao Facebook pra consumir ou pra postar conteúdo, e não precisei mais me reconectar desde então. (Se eu fizer isso, com mesmos login e senha, a conta volta a aparecer como da última vez em que mexi.) As pessoas com quem me relacionava por lá também encontro ao vivo ou mando uma mensagem diretamente.

Como ainda não decidi se vou deletar o Instagram, se vou desativar ou se apenas parar de postar por um tempo, só arquivei todo conteúdo e desconectei do celular por enquanto _mas acabei entrando algumas vezes para responder mensagens. Instagram às vezes funciona como Tinder, né? Tudo bem. Não é uma reabilitação, não foi uma recaída, estou no processo de ajustes e adaptações.

Suicídio em redes sociais é algo que venho praticado desde 2005, quando troquei o ICQ pelo MSN. Faz parte das ondas de comportamento que regem as indústrias da moda e da tecnologia. É legal mudar os ares mesmo.

Baixei o TikTok agora pra ver qual é e estou um pouco perdido frente a tanta juventude. É bem palhaçada, com vários vídeos toscos e muitos recursos de edição. Tenho mexido mais no Reddit de novo e gosto muito do Twitter ainda, ambos pela velocidade de informação (tanto de notícias quanto de memes). O Pinterest tem sido uma surpresa pra mim, no sentido de trazer leitores para o site, então tenho usado mais.

Além de textão, tenho maior cuidado em disponibilizar, no site e nos canais relacionados, lindas imagens para as pesquisas de estilo masculino. Então acredito que seja um reflexo disso. Morro de saudades do Tumblr, que foi onde comecei esta página só minha, quando trabalhava nas redações. Quem sabe qual será a próxima onda?