Apps de pegação

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Toda vez que chego em algum impasse online, mentalizo a máxima que criei para evitar me estressar com isso: cada um usa rede social à sua maneira. Há quem esteja lá para fazer amigos, se apresentar profissionalmente ou apenas por obrigação, para acompanhar as novidades da família. O mesmo vale para todas plataformas. Em apps de pegação, mais especificamente, os objetivos são um pouco diferentes, mas também seguem alguns padrões.

Quando voltei a ficar solteiro, há dois anos, escrevi um texto no Petiscos sobre o porquê de não querer entrar em apps de pegação naquela época. Ainda acreditava que precisava dar o tempo de conhecer alguém “naturalmente”, saindo com amigos, paquerando ao vivo, como se fazia antigamente e fisicamente. Não deu muito certo, no sentido de que sigo solteiro.

Aí, trabalhando de casa e entediado procurando cia, evitando ter que sair pra beber pra socializar, resolvi há uns seis meses dar essa chance de novo para os apps de pegação. A ideia é usar como mídia para facilitar o contato com outras pessoas, gays, de interesses compatíveis, de preferência em um perímetro razoável de distância. É difícil determinar querer ou não namorar sem conhecer a pessoa, então o melhor caminho é ir dando chance a sorte, fazendo amigos _ou algo mais.

Nessas, conheci várias pessoas legais, marquei rolês no parque, cafés, baladinhas. Tem uns que só querem transar e outros que querem dormir de conchinha. E também muitos malucos. Justo eu, que sempre fui para-raio. Por isso, é preciso abrir os olhos e tentar antecipar onde está se metendo, pra evitar frustrações. Mas por isso mesmo, não dá muito pra reclamar: tem de tudo.

Faço parte deste segmento que usa de toda a praticidade dessas ferramentas e entendo todos os códigos de casualidade que já vêm embutidos. Porém, como sempre houve nos relacionamentos convencionais, há bastante diferença entre o que se fala e o que se pratica. O cara chega anunciando que não quer compromisso, e começa a namorar na semana seguinte. Ou anuncia que procura algo especial e pede respeito, mas não retorna mensagens. Seja online ou cara a cara, é complicado…

É mais estranho ainda nos dias de hoje, em que as relações estão muito mais fluidas. Comportamento gay, particularmente, sempre andou mais próximo da curtição do que do compromisso. E ao mesmo tempo em que muitos casais promovem relacionamentos abertos, tem outros casando de véu e grinalda. E que bom ter tudo isso a disposição (mesmo que ainda e por enquanto!).

Então não tem por que não ser transparente logo de cara, deixando claras as reais intenções. E topa quem quiser, né? Só combinar! Caso contrário, não é só o seu jeito de usar redes sociais ou apps de pegação. É falta de educação mesmo

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